Este corpo adormecido está ali na esquina da sua casa, na praça do seu bairro e também naquele viaduto que passa logo ali ao lado.
Você se acostumou a ver este corpo largado e achar normal... NÃO!! Isso não pode parecer normal! Aquele corpo não é apenas um corpo, ele é um ser humano que também tem uma identidade. Ele já foi filho, irmão, amigo, talvez pai ou marido. Hoje para muitos ele é um indigente, mais um esquecido por ai...
Agora me diga amigo, você que todo dia sai de manhã, trabalha, estuda, tem um prato de comida quente todos os dias, que quando o dia acaba tem um teto para te abrigar, tem uma cama macia e um cobertor quente, você teria a força e a coragem de dormir na praça, ou debaixo do viaduto?
E se você me disser que sim, será que conseguiria acordar todos os dias e em muitos deles dizer bom dia as pessoas, mesmo sabendo que elas não se importam ou que não responderão?
Mas tudo bem, isso não importa, pois hoje a noite naquela mesma esquina estará aquele corpo estendido no chão.
Larissa Costa
Oi, Lara!
ResponderExcluirHá quanto tempo não vinha por aqui!
Você sumiu. Sumimos, rsrs...
Quanto ao teu propício texto eu diria que, infelizmente, "um corpo estendido no chão", chama menos atenção do que uma partida de futebol exibida numa loja da esquina.
As pessoas endureceram e se esvaziaram de solidaridade.
O certo é que ninguém olha um mendigo como um ser humano, ou melhor dizendo, ninguém olha para um mendigo. A figura desse excluído social tornou-se algo banal aos olhos de quem vive nas grandes metrópoles. Infelizmente essa é uma triste verdade.
Beijos,
Inês
Fato, Larissa! Eis aí um texto mui reflexivo, e, provocador de opiniões. Acho que é exatamente isso o que os jornalistas fazem. Tiram-nos para dançar com suas palavras, e, apontam para onde ninguém tem coragem de apontar. Exato como tu fizeste. Uma situação, um fato, cotidiano, quase invisível aos nossos olhos. Estamos liquefazendo as nossas visões sobre o ser humano. Tu, por tais linhas traçadas, não só convida o leitor a uma reflexão. Não, certamente não. Tu incomodas. E de incomodares, nos fazes sentir incomodados. E é justamente no incômodo, que reside a fagulha primitiva da vontade de mudar. Isso é o que um jornalista de verdade faz. E tu, hoje, fizeste isso mui bem.
ResponderExcluirParabéns!
Abraço!